No Dia Em Que A Cultura Morrer #5

Por: Diogo Martins Martins

Morre a diferença.

No dia em que a cultura morrer, morrem as perguntas. Morre a justiça, a controvérsia, a coragem e a luta. A vontade de querer e de ganhar. Os guerreiros e os heróis sem armas.

Morrem os gritos de uma multidão e ficamos sós. Morrem as pessoas e ficam os indivíduos.

Morrem as conspirações, as desconfianças e as pistas que nos fazem curiosos. Morre a única arma que temos num mundo de questões: a vontade de querer questionar.

Morre a aceitação, a compaixão, a igualdade e a paz.

No dia em que a cultura morrer, não haverá diferenças. Não teremos defeitos nem virtudes. Não teremos pesos, alturas, orientações, países, cores ou profissões. Nesse dia entenderemos que essas diferenças merecem luto e não comemoração; que sem elas não somos e não estamos.

No dia em que a cultura morrer, morre a diferença. Seremos todos semelhantemente vazios.



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