Por: Diogo Martins Martins
Esta é para os que ficaram. Para os que foram cobardes ao não ir, mas valentes ao não partir. É para os que enchem casas. Para os que as enchem de todas as maneiras. Os teimosos, os atadinhos. Os que já não são como antigamente, porque antigamente é que era bom. Os que nos tapam a boca para não falar, mas nos empurram os braços para punhos erguer.
Esta vai para os doutores. Para os engenheiros. Para os arquitetos e para os diretores. E que a entreguem aos filhos, aqueles que estudaram para o ser, mas não são.
Esta é nossa. Que pagamos as contas dos pais e dos avós mesmo vivendo às suas custas. É para a geração rasca. A que não serve nem para trabalhar, mas todos querem a trabalhar de graça. Para os que fazem e acontecem. Para os preguiçosos. Para os que passam o dia em casa sem fazer nada. Esta é para os que querem mas não conseguem, porque alguém já quis em demasia.
Esta é mesmo nossa. Dos que cá estamos. Os futuros pais aos quarenta. Que vemos os outros partir para serem tudo o que queremos. Os que se tornam no que não queriam.
Esta é para os que não vergam. Esta é só para os que a merecem. Esta é para os que estão aqui.
Porque no dia em que a cultura morrer, só morre para os que cá estão.

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