22 Anos
São Tomé e Principe
Fotografia | Mariana Pinto
Passei o mês de Janeiro num projeto de Voluntariado em São Tomé e Príncipe - Projeto Querer e Fazer (PQ&F) -, composto por estudantes dos cursos de Medicina, Ciências Farmacêuticas, Optometria e Ciências da Visão e Ciências Biomédicas da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (FCS-UBI).
Este projeto pretende desenvolver e executar ações de apoio na área da saúde e educação nos Países em Vias de Desenvolvimento (PVD), com especial incidência nos Países de Língua Oficial Portuguesa (PALOP). Pretende ainda favorecer o estreitar de relações de cooperação entre Portugal e estes países. Deste modo, os estudantes da área de saúde integrados no projeto tiveram a oportunidade de entrar em contacto com outras realidades socioculturais e higieno-sanitárias, contribuindo assim para uma melhor humanização e uma melhoria na qualidade de vida das comunidades em questão. Esta oportunidade pretendia ainda tornar estes futuros profissionais de saúde mais capacitados para o exercício das suas funções. Neste contexto, o PQ&F, em parceria com os Ministérios da Saúde e da Educação de São Tomé e Príncipe e com a UNICEF, idealizou este protocolo que iniciou este ano.
Participei também num projeto de apoio a deficientes
físicos (Movimento Busca Bida).
Fiquei extremamente indignada com as condições em que muitos vivem, o frágil
estado de saúde, a falta de importância que os familiares mais próximos lhes dão,
a pobreza social e, mais do que isso, a pobreza de espírito dos mesmos.
Fotografia | Mariana Pinto
Passei o mês de Janeiro num projeto de Voluntariado em São Tomé e Príncipe - Projeto Querer e Fazer (PQ&F) -, composto por estudantes dos cursos de Medicina, Ciências Farmacêuticas, Optometria e Ciências da Visão e Ciências Biomédicas da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (FCS-UBI).
Este projeto pretende desenvolver e executar ações de apoio na área da saúde e educação nos Países em Vias de Desenvolvimento (PVD), com especial incidência nos Países de Língua Oficial Portuguesa (PALOP). Pretende ainda favorecer o estreitar de relações de cooperação entre Portugal e estes países. Deste modo, os estudantes da área de saúde integrados no projeto tiveram a oportunidade de entrar em contacto com outras realidades socioculturais e higieno-sanitárias, contribuindo assim para uma melhor humanização e uma melhoria na qualidade de vida das comunidades em questão. Esta oportunidade pretendia ainda tornar estes futuros profissionais de saúde mais capacitados para o exercício das suas funções. Neste contexto, o PQ&F, em parceria com os Ministérios da Saúde e da Educação de São Tomé e Príncipe e com a UNICEF, idealizou este protocolo que iniciou este ano.
A aventura em São Tomé começou da melhor maneira, com
um ótimo clima desde o momento de saída do
avião. Logo no aeroporto apercebi-me da grandes diferença de realidades entre São
Tomé e Portugal, nomeadamente na simplicidade de recursos, no acolhimento e na
humildade das pessoas.
Com o início das atividades e o decorrer do tempo
previ uma experiência de vida única: guardo na memória o mar de crianças à
espera das respetivas consultas; nunca tinha visto tantos miúdos juntos, o que
me relembrou o quão envelhecida se encontra a população de Portugal. Os
elementos da equipa do hospital (médicos, enfermeiros, técnicos de farmácia,
técnicos de análises, e outros funcionários) surpreenderam-me com o excelente
acolhimento, a enorme vontade de nos transmitir os seus conhecimentos e o
interesse em aprender connosco.
Houve também alguns momentos negativos, sobretudo
quando me deparei com a falta de cuidado que as mães têm com os seus filhos e
com elas próprias, com a falta de conhecimentos sobre as doenças mais prevalecentes neste país, com a idade precoce com que têm o primeiro filho e com
a falta de recursos do centro.
A parte mais chocante para mim foi a secção de
queimados. Devido à falta de recursos hospitalares, tanto a nível de
medicamentos, como a nível de materiais, estas crianças passam por momentos de
enorme sofrimento. Uma situação alarmante, uma vez que o número de queimados
tem aumentado drasticamente, razão pela qual a equipa está interessada em fazer
uma investigação para averiguar e combater esta situação.
Em grupo fiz uma inspeção a um barco petrolífero que
tinha chegado nesse dia a São Tomé. Vivemos uma verdadeira aventura! Deslocámo-nos
numa canoa um pouco deteriorada e acedemos ao barco a partir de umas escadas de
madeira e corda. Verificámos se havia algum tripulante doente e quais as
condições de armazenamento dos medicamentos, bem como os respectivos prazos de
validade. Além disso, realizámos outras
tarefas como analisar os boletins de vacinas de todos os tripulantes, aferir o
acondicionamento dos alimentos e as condições gerais de segurança, higiene e
temperatura do barco.
No meio de tudo isto tive ainda tempo para conhecer e
aproveitar o lindíssimo país que é São Tomé e Príncipe: um clima excelente
(tinha um problema: mosquitos!), praias paradisíacas, paisagens maravilhosas e
pessoas marcantes que nunca mais esquecerei.
Este mês passou a voar, com muita pena minha, pois a
minha vontade era de continuar aqui por mais algum tempo. Foi uma experiência
bastante enriquecedora, tanto a nível profissional, como a nível pessoal. A melhor lição desta aventura: mesmo com pouco
se pode fazer muito, basta querer.
Regressei a Portugal com vontade de voltar.










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