Por: Marta da Costa
Objetivo: solidificar a qualidade em Chaves
Sete anos recheados de sucesso
Contornar os obstáculos
A Academia de Artes de
Chaves (AAC) surge em 2008, com o intuito de oferecer à cidade uma maior oferta
cultural e sobretudo formativa. Ao longo dos últimos sete anos, a cidade de
Chaves assistiu à formação de jovens músicos talentosos, que encontraram na AAC
os alicerces necessários para prosseguir a sua formação musical e artística. Sete
anos passados, ainda há desafios e metas a cumprir.
Houve desde cedo uma preocupação em abranger o plano
educativo da Academia a várias disciplinas. É neste seguimento que a música, a
dança e o teatro se afirmam como três fortes alicerces, sendo que “todo o percurso foi
cuidadosamente preparado para que se iniciasse um projeto sólido e de
qualidade”.
Luciano Pereira salienta o carácter associativista que o
concelho de Chaves sempre teve, afirmando ainda que o principal problema sempre
foi a oferta e não a procura. Neste sentido, os fundadores tiveram a
preocupação de tornar a AAC num “agente democratizador, o de uma escola que
pretendia abrir o ensino artístico sério e oficial ao maior número de crianças
e jovens possíveis, crianças e jovens essas que não tinham esse acesso nem
tinham as mesmas oportunidades de colegas seus de outras regiões e cidades”.
O papel primordial a que a AAC se propôs aquando da sua
formação foi cumprido. Neste momento são inúmeros os alunos que frequentam a
escola - quer sejam financiados ou não - e os resultados estão à vista de
todos. Luciano Pereira orgulha-se das dimensões que a academia começa a
assumir: “é possível já
ter a perceção de que aos poucos nos estamos a tornar numa escola de
referência, mesmo a nível nacional. O papel que assumimos é o de
continuar a trabalhar para que cada vez mais alunos nossos possam desenvolver
todo o seu potencial”.
Nas celebrações deste último aniversário, a Academia de Artes de Chaves voltou a abrir as portas aos flavienses. No passado mês de Abril, entre os dias 22 e 25, a cidade de Chaves foi presenteada com um leque variado de espetáculo, que procuraram chegar a todos os públicos, dos mais novos aos mais velhos. Os membros da INDIEROR estiveram presentes, enquanto ex-alunos da AAC, na organização e apresentação da peça de teatro musical “Princesinha Solidão”. Houve ainda tempo para um workshop com o professor João Mortágua, uma masterclass, e ainda concertos tanto com os “artistas da casa” como com alguns convidados.
Esta
semana cultural é apenas um exemplo da oferta e do papel dinamizador que a
Academia de Artes assume na cidade. Para além do crescimento exponencial a
nível cultural em diversas áreas, a AAC trouxe o reconhecimento necessário e
colocou o nome da cidade de Chaves na rota cultural do país. A Orquestra de
Sopros é um exemplo do trabalho árduo que a Academia tem vindo a desempenhar ao
longo dos sete anos. Premiada internacionalmente, é uma referência a nível
nacional de qualidade musical. Também a nível individual, são vários os alunos
que se têm destacado em concursos e arrecadado vários prémios. Luciano Pereira
não hesita ao afirmar que “os
eventos da AAC estão conotados com uma imagem de qualidade”. Os desafios
terão sido concluídos com sucesso? Luciano Pereira, também Diretor Pedagógico
da AAC, afirma que “continuam a ser desenvolvidos no sentido de nos tornarmos
cada vez melhores”.
No entanto, esta procura em edificar definitivamente a
Academia de Artes de Chaves não consegue sobreviver apenas de “vontades”. A
atual conjuntura económica não é a mais favorável aos desafios a que os fundadores
se propuseram inicialmente. Contudo, tal como afirma Luciano Pereira, “os
desafios não mudam, apenas se tornam diferentes”. Neste sentido, “as sucessivas
mudanças de sistema de financiamento e as limitações impostas pelo governo é
atualmente o maior desafio que enfrentamos. Um desafio constante que contrasta
com a solidez e o sucesso do trabalho desenvolvido e dos resultados
alcançados”.
Os sete anos de existência da Academia de Artes de Chaves
foram construídos com persistência e vontade em tornar este projeto algo sério
e de qualidade. O descrédito e a desconfiança que Luciano Pereira revela terem
existido no início, foram colmatados não só pelo empenho dos alunos, mas também
dos próprios pais, “que se empenham e envolvem nos projetos mas, acima de tudo,
percebem o tipo de conduta
e atitude a arte precisa dos seus filhos. São os principais promotores do nosso trabalho e é com
eles que desenvolvemos a nossa casa”.
Ao longo dos sete anos, Chaves conseguiu perceber o papel
relevante que este projeto traz para a região e as manifestações de apoio e
carinho fazem-se sentir. Luciano Pereira remata afirmando que espera que a
cidade “considere aquilo que damos como um motivo de orgulho coletivo, que nos
acompanhe nos nossos eventos e que considere a AAC como sua, como um exemplo
daquilo que melhor se faz em Chaves”.





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