Academia de Artes de Chaves: Uma corrida em linha reta rumo ao sucesso


Por: Marta da Costa

Objetivo: solidificar a qualidade em Chaves
Sete anos recheados de sucesso
Contornar os obstáculos

A Academia de Artes de Chaves (AAC) surge em 2008, com o intuito de oferecer à cidade uma maior oferta cultural e sobretudo formativa. Ao longo dos últimos sete anos, a cidade de Chaves assistiu à formação de jovens músicos talentosos, que encontraram na AAC os alicerces necessários para prosseguir a sua formação musical e artística. Sete anos passados, ainda há desafios e metas a cumprir.

A fundação da Academia de Artes de Chaves esteve a cargo de Joana Vaz, Luciano Pereira e Marcelo Almeida. Com um investimento 100% privado/próprio, a idealização da academia surge de um sonho de adolescência dos três fundadores. Luciano Pereira, maestro da Orquestra de Sopros da AAC, destaca que o principal motivo que impulsionou a criação desta escola foi a necessidade que tinham de sair para os centros urbanos do litoral para assim prosseguirem os seus estudos. “A ideia ficou a marinar enquanto prosseguimos o nosso percurso académico e profissional fora de Chaves até que, em 2007, considerámos que era altura de regressar e apostar na nossa cidade, na nossa terra”, afirma Luciano Pereira.

Houve desde cedo uma preocupação em abranger o plano educativo da Academia a várias disciplinas. É neste seguimento que a música, a dança e o teatro se afirmam como três fortes alicerces, sendo que “todo o percurso foi cuidadosamente preparado para que se iniciasse um projeto sólido e de qualidade”.

Luciano Pereira salienta o carácter associativista que o concelho de Chaves sempre teve, afirmando ainda que o principal problema sempre foi a oferta e não a procura. Neste sentido, os fundadores tiveram a preocupação de tornar a AAC num “agente democratizador, o de uma escola que pretendia abrir o ensino artístico sério e oficial ao maior número de crianças e jovens possíveis, crianças e jovens essas que não tinham esse acesso nem tinham as mesmas oportunidades de colegas seus de outras regiões e cidades”.




O papel primordial a que a AAC se propôs aquando da sua formação foi cumprido. Neste momento são inúmeros os alunos que frequentam a escola - quer sejam financiados ou não - e os resultados estão à vista de todos. Luciano Pereira orgulha-se das dimensões que a academia começa a assumir: “é possível já ter a perceção de que aos poucos nos estamos a tornar numa escola de referência, mesmo a nível nacional. O papel que assumimos é o de continuar a trabalhar para que cada vez mais alunos nossos possam desenvolver todo o seu potencial”.




Nas celebrações deste último aniversário, a Academia de Artes de Chaves voltou a abrir as portas aos flavienses. No passado mês de Abril, entre os dias 22 e 25, a cidade de Chaves foi presenteada com um leque variado de espetáculo, que procuraram chegar a todos os públicos, dos mais novos aos mais velhos. Os membros da INDIEROR estiveram presentes, enquanto ex-alunos da AAC, na organização e apresentação da peça de teatro musical “Princesinha Solidão”. Houve ainda tempo para um workshop com o professor João Mortágua, uma masterclass, e ainda concertos tanto com os “artistas da casa” como com alguns convidados.


Esta semana cultural é apenas um exemplo da oferta e do papel dinamizador que a Academia de Artes assume na cidade. Para além do crescimento exponencial a nível cultural em diversas áreas, a AAC trouxe o reconhecimento necessário e colocou o nome da cidade de Chaves na rota cultural do país. A Orquestra de Sopros é um exemplo do trabalho árduo que a Academia tem vindo a desempenhar ao longo dos sete anos. Premiada internacionalmente, é uma referência a nível nacional de qualidade musical. Também a nível individual, são vários os alunos que se têm destacado em concursos e arrecadado vários prémios. Luciano Pereira não hesita ao afirmar que “os eventos da AAC estão conotados com uma imagem de qualidade”. Os desafios terão sido concluídos com sucesso? Luciano Pereira, também Diretor Pedagógico da AAC, afirma que “continuam a ser desenvolvidos no sentido de nos tornarmos cada vez melhores”.


No entanto, esta procura em edificar definitivamente a Academia de Artes de Chaves não consegue sobreviver apenas de “vontades”. A atual conjuntura económica não é a mais favorável aos desafios a que os fundadores se propuseram inicialmente. Contudo, tal como afirma Luciano Pereira, “os desafios não mudam, apenas se tornam diferentes”. Neste sentido, “as sucessivas mudanças de sistema de financiamento e as limitações impostas pelo governo é atualmente o maior desafio que enfrentamos. Um desafio constante que contrasta com a solidez e o sucesso do trabalho desenvolvido e dos resultados alcançados”.

Os sete anos de existência da Academia de Artes de Chaves foram construídos com persistência e vontade em tornar este projeto algo sério e de qualidade. O descrédito e a desconfiança que Luciano Pereira revela terem existido no início, foram colmatados não só pelo empenho dos alunos, mas também dos próprios pais, “que se empenham e envolvem nos projetos mas, acima de tudo, percebem o tipo de conduta e atitude a arte precisa dos seus filhos. São os principais promotores do nosso trabalho e é com eles que desenvolvemos a nossa casa”.

Ao longo dos sete anos, Chaves conseguiu perceber o papel relevante que este projeto traz para a região e as manifestações de apoio e carinho fazem-se sentir. Luciano Pereira remata afirmando que espera que a cidade “considere aquilo que damos como um motivo de orgulho coletivo, que nos acompanhe nos nossos eventos e que considere a AAC como sua, como um exemplo daquilo que melhor se faz em Chaves”.



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