Por: Diogo Martins Martins
Linhas, barreiras, paredes e fronteiras. São o que separam aquilo que somos, daquilo que queremos ser; que nos protegem do medo de não saber, de não conseguir ou de não querer.
Transformam
fraquezas em vantagens. Transformam diferenças em intercâmbios. Criam
raças, inimigos, parceiros de guerra e de paz.
Insinuam que
com elas a cultura floresce e só com elas podemos ser o que realmente somos.
Têm pretensão de afastar o exótico e o desconhecido.
No dia em que
a cultura morrer, só o medo sobreviverá. O medo de que aquilo que não somos
possa um dia prevalecer. O medo de perder ou de ficar para trás.
Mas como tudo
o que nos amedronta, as fronteiras dão-nos a oportunidade da coragem, de deixar
morrer um pouco de nós para que um pouco dos outros possa sobreviver.
No dia em que
a cultura morrer, morrerão as raças e os credos; morrerão as cores, as vestes,
os géneros e os dialectos.
Quando a
cultura morrer não teremos fronteiras. Nem nós, nem os outros.
Entenderemos
que todos estaremos a fugir de algo, e que estaremos dispostos a fazer de tudo
para que possa sobreviver algo de nós.
No dia em que
a cultura morrer, não valerá a pena fugir.
Sem comentários :
Enviar um comentário